Epiderme com carapaça de quitina

Parecem guerreiros antigos protegidos por armaduras que lhes cobrem todo o corpo e têm articulações nas patas. Estou a falar-te dos artrópodes, animais invertebrados cujo corpo é integralmente revestido por epiderme com carapaça de quitina. Dentro deste grupo incluem-se os insetos, as aranhas e as centopeias, entre outros. Existem mesmo alguns, como o caranguejo ou a lagosta, em que a carapaça de quitina está reforçada por cálcio tornando-se assim ainda mais dura e resistente.


Louva-a-deus (tem, como todos os insetos, o corpo revestido por epiderme com carapaça de quitina)

Pensa agora no seguinte: o que aconteceria se um rapaz ou uma rapariga da tua idade vestisse uma armadura à medida do seu corpo e não a tirasse mais? É claro que iria ter muitos problemas...
Um deles seria sem dúvida o facto de começar a não caber lá dentro à medida que fosse crescendo. Esta situação acontece realmente com os artrópodes. É por isso que de vez em quando têm que mudar a sua carapaça. A nova mantém-se flexível (elástica) durante algum tempo e permite que o corpo cresça.
É precisamente uma muda de carapaça que tenho para te mostrar neste vídeo:


Epiderme com concha

Certos invertebrados apresentam, para além da epiderme, uma concha que protege a totalidade ou pelo menos parte do seu corpo. Um dos mais conhecidos é o simpático caracol que passeia calmamente por tudo quanto é jardim.


Caracol-comum

Já sabias isto? Não me parece... pois então não te esqueças e não voltes a insultar o caracol dizendo que tem uma casca!

- Casca têm os ovos - diria o caracol todo zangado se pudesse falar. - Eu tenho epiderme com uma bela concha!



As conchas podem ser formadas por uma só peça (valva) ou por duas peças separadas. Assim temos:

a) Conchas univalves - uma única peça;

b) Conchas bivalves - duas peças separadas.


Eis dois exemplos ilustrativos:

Concha univalve:


Búzio


Concha bivalve:


Mexilhão



Para terminar esta lição deixo-te um curioso vídeo de uma vieira (animal com concha bivalve) a nadar por se sentir incomodada com a presença de uma estrela-do-mar. Ora vê:


Epiderme com cutícula

Se bem te recordas, foi dito que os invertebrados têm o seu corpo revestido por epiderme. Acontece que em certos animais, como a minhoca, a sanguessuga ou a nereis, a epiderme está coberta por uma camada fina, resistente e flexível chamada cutícula que evita a perda excessiva de água.



Minhoca


Nereis (animal de hábitos marinhos que é utilizado pelos pescadores como isco)



Não te esqueças: a minhoca não tem pele, tem.... EPIDERME COM CUTÍCULA!



Para terminar deixo-te um vídeo de uma sanguessuga, um dos tais animais que têm o corpo revestido por epiderme com cutícula. Sim, é verdade que este animal se alimenta de sangue de alguns animais vertebrados. É um parasita.

Tipos de revestimento

O corpo dos animais evoluiu, ao longo de milhões de anos, permitindo que cada espécie se adaptasse a viver no seu habitat. É por essa razão que existe uma diversidade tão grande de espécies com revestimentos variados.

Apesar de tão variados, os revestimentos podem dividir-se essencialmente em dois grandes grupos: o dos animais invertebrados (sem coluna vertebral nem esqueleto interno) e o dos vertebrados (com coluna vertebral e esqueleto interno). Então é assim:

a) Os animais invertebrados possuem apenas uma fina camada, a epiderme, que separa o seu corpo do meio exterior. Esta camada pode estar protegida por uma cutícula, uma concha, uma carapaça... bom, mas isso irás aprender nas próximas aulas!

b) Os animais vertebrados têm pele. A pele é formada por duas camadas: a epiderme, exterior, e a derme que fica por baixo. A pele dos vertebrados pode ter pelos, penas, escamas ou pode até ser nua, dependendo das espécies.


Para terminar, deixo-te aqui este esquema que resume o que de mais importante foi dito nesta lição:



Nota: Clica em cima do esquema para o veres maior!

Revestimentos: excelentes proteções!

Como podes imaginar, os animais não vestem camisolas nem usam guarda-chuvas. Pois é, eles protegem-se dos agentes do clima - o frio, o calor, a chuva ou a secura -, graças ao seu revestimento. Eis dois exemplos:


Leopardo-das-neves



Abelharucos


Outra importante função do revestimento é proteger os animais de choques e pancadas que facilmente poderiam acontecer em plena natureza selvagem. Já imaginaste o que te aconteceria se tivesses que rastejar, todo nu, por entre rochas e espinhos? Ui! Ias de certeza ficar todo arranhado! Mas olha que esta cobra-rateira não se queixa...


Cobra-rateira

Uma boa proteção contra os predadores...

Para além da cor, que muitas vezes disfarça a presença dos animais no seu meio, o revestimento pode defendê-los dos seus predadores de outras formas. A rã, por exemplo, tem um revestimento escorregadio que torna difícil a sua captura. Por outro lado, as tartarugas estão bem protegidas pela sua dura carapaça. Há ainda outros animais, como o ouriço-cacheiro ou o porco-espinho, que se defendem eficazmente graças aos espinhos que cobrem os seus corpos. No vídeo que te proponho a seguir poderás ver um porco-espinho a ser atacado por leões. Ao contrário do que possas pensar, apesar da força e do tamanho dos leões, o porco-espinho consegue sair inteiro deste encontro desagradável! Ora vê:

Mimetismo

Podemos encontrar na Natureza muito tipos diferentes de revestimento do corpo dos animais. Tiveste, na última aula, oportunidade de dares a tua opinião acerca de alguns e de explicares se achas ou não que estes são importantes para a sobrevivência dos próprios animais. Pois bem, chegou a altura de começares a verificar se os teus palpites estavam ou não corretos...

Já imaginaste o que aconteceria se uma raposa-do-ártico, branca como a neve, fosse antes vermelha? Coitada! No meio do gelo e da neve iria com certeza passar muita fome, pois as suas presas conseguiriam detetar a sua presença à distância e fugiriam imediatamente. E, pelo contrário, se os ratitos do campo fossem cor-de-rosa? Como se poderiam esconder eles dos seus predadores? Pois é, o revestimento é fundamental para que muitas das espécies passem despercebidas no meio em que vivem e assim consigam caçar as suas presas ou escapar dos seus inimigos.

Há mesmo algumas espécies que são verdadeiras especialistas na arte do disfarce. Vê, em seguida, alguns bons exemplos:






Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Não posso, contudo, de te deixar aqui este pequeno vídeo sobre um animal espantoso: o dragão-marinho, uma espécie de cavalo-marinho que, para além da sua beleza, consegue confundir-se de uma forma admirável com as algas que fazem parte do seu habitat.
Nota: o vídeo é falado em Inglês. É uma pena! Mas, ainda assim, o mais importante são as imagens.

Habitat

O habitat de uma espécie é o local onde ela vive e ao qual está bem adaptada. No nosso planeta há uma quantidade enorme de diferentes habitats (alguns dos quais estão infelizmente ameaçados pelas atividades humanas). Nos vídeos que te proponho vais poder observar os habitats de alguns animais:

Notas: a) Estes vídeos são falados em inglês mas não importa, basta observares as imagens.
b) Para retirares o retângulo que surge com publicidade basta clicares na cruz que aparece no canto superior direito.


- Habitat do Urso Polar: vastas regiões geladas próximas do Círculo Polar Ártico (no Canadá, Gronelândia, Rússia e no arquipélago norueguês de Svalbard).





- Habitat do Orangotango: Florestas Montanhosas da Malásia e da Indonésia.




Habitat da sapateira (nome vulgar de uma espécie de caranguejo): Fundos marinhos rochosos e arenosos não muito profundos.

Diversidade de ambientes

As belas imagens que estás a observar representam diferentes tipos de ambientes de vários pontos do nosso planeta (como é bonito!). Facilmente poderás imaginar seres vivos que por lá habitam. Pensa em alguns deles e aponta-os numa folha de papel. Faz este exercício considerando separadamente cada uma das imagens.





Já acabaste? Experimenta agora trocares os seres vivos que indicaste de uns ambientes para os outros...

Mas que grande confusão! Achas que isso é possível na Natureza? Justifica o teu raciocínio. Durante as aulas vamos discutir este assunto. Isso é que vai ser animação!